quinta-feira, 6 de maio de 2010

Pequenas coisas que fazem a diferença

Acontece frequentemente comigo. Uma música, um filme, um livro, uma fotografia, uma pessoa.

Há períodos em que me apego a um, mesmo sem deixar de lidar com os outros. E a sensação que isso provoca é tão boa. É uma surpresa emocional que acontece, vez ou outra, e me faz reavivar a alegria de acreditar que somos feitos de mais do que planos, projectos, rótulos, desapontamentos. Que há espontaneidade das boas em nós, e ela é que nos tira do desfecho de nos transformarmos em marionetes do que reza, nem sempre com sabedoria a realidade nua.

Com uma única música eu sou capaz de passar dias com o coração transbordando, abarcado por emoções diversas. Nem sempre são canções de amor, na verdade, muitas vezes são canções sobre o que nos leva a reconhecer o amor: respeito, companheirismo, fé na liberdade e em cada batalha travada pacificamente por ela.

E uma pessoa pode mudar o meu rumo, apenas sendo ela mesma, sem frases de impacto ou com a grandiosidade dos seus pensamentos estampada na simplicidade da sua oratória. Conquista-me aquele que sabe dizer as coisas que sente sem torná-las vedetas, como se somente ele sentisse aquilo. E também aquele que sabe dizer em silêncio.

Engraçado como tantos outros experimentam de sentimentos que julgávamos inéditos e particulares. E não fosse assim, não nos reuniríamos em favor de grandes causas, nem mesmo resolveríamos as pequenas, porém incrivelmente complexas questões. Apesar de a nossa identidade emocional nos definir únicos, ela é formada por sentimentos quase sempre compartilhados. O que dói em mim pode doer em qualquer um. O que me faz feliz, pode dar motivos de sobra a alguém para compreender a vida de uma forma mais branda e positiva.

Há magia na vida, não? A despeito de todos os seres encantados, dos crentes em espíritos ou a ausência deles, e até dos mágicos de cartola. Naquele olhar que observo nos filmes e que dá tantos motivos para acreditar nessa magia que agrupa desejos. No livro que folheei e me fez ler o mesmo parágrafo várias vezes, não por não compreendê-lo, mas porque havia a beleza na crueza das palavras. A fotografia estampada na exposição que quase ninguém visitou. Ainda o filme da menina com cancro que sensibilizou. A música que fala da amizade e do amor… tudo faz ver o quanto um simples objecto nos trás memórias e desejos.

Esta crónica é baseada numa outra mas achei tão sentida e que retrata o que sinto quando leio, ouço e vejo um livro, uma música e um filme respectivamente que tinha de falar dela.

Como coisas simples como um livro ou uma musica nos podem mudar e dar sentido à vida...xD

Liliana

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