segunda-feira, 26 de abril de 2010

Conflito de Gerações

Há já algum tempo questionei esta temática: será que conseguimos que impedir que as diferenças de gerações se façam sentir?
A verdade é que não conseguimos. As distintas mentalidades fazem-se sempre sentir, quer estejamos a falar de gerações entre pais e filhos ou entre bisnetos e bisavós. Para qualquer um destes grupos existem princípios e hábitos que não são de todo compreensíveis para um outro grupo. Encaremos então o seguinte exemplo: era impensável a 60 anos atrás a total dependência a que hoje o ser humano se depara relativamente ao uso do telemóvel, ou mesmo à televisão, ou mesmo àqueles minúsculos aparelhos que transportam toda a música que gostamos e que de uma maneira ou de outra nos toca. Todas estas coisas sem as quais ser-nos-ia impossível viver para os nossos avós, ou mesmo para os nossos pais, não passam apenas de frivolidades. Eu, por exemplo, deparo-me com uma situação deste género. O meu estimadíssimo avó é um apreciador nato de música clássica e não consegue sequer conceber a ideia de poder apreciar qualquer outro estilo musical. O conflito aqui impõem-se na medida em que eu defendo uma posição muito mais liberal. Com isto não quero dizer que não goste deste tipo de música, pelo contrário, toquei por muitos anos piano clássico e continuo a apreciar compositores como Beethoven, Bach, Vivaldi, Mozzart, no entanto, continuo a defender que em todos os estilos existem bons e maus músicos.
Não deixamos obviamente de nos amar um ou outro devido a este tipo de apreciações aliás, na minha opinião são estas diferenças saudáveis que nos permitem saber argumentar e defender os nossos pontos de vista perante alguém que respeitamos e vemos como um modelo a seguir.
É a este tipo de divergências que me refiro quando falo em “conflito de gerações”.


Mariana Rainho
Abrantes, 26 de Abril de 2010

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