quinta-feira, 22 de abril de 2010

Violência doméstica

Abordar este assunto nos dias que correm não é muito habitual, apesar do mesmo ser muito frequente é ainda um tabu.
A violência doméstica abrange ambos os sexos e não obedece a nenhum critério social, económico, religioso ou científico. Este acto “magnífico” é o resultado de agressão física e, também, mental ao companheiro. Sendo que muitas vezes as crianças também são envolvidas.
Um aspecto a sublinhar é em relação ao sofrimento inexplicável a que as vítimas ficam sujeitas podendo mesmo, levar à negligência precoce e ao abuso sexual impedindo um crescimento e desenvolvimento racional e equilibrado da pessoa em causa.
Dados comprovam que os diversos tipos de agressões constituem a principal causa de morte de jovens entre os 5 e 19 anos, devido ao mau ambiente familiar.
Uma vítima pode ou poderá ser um qualquer, apesar de ás vezes se pensar o contrário e que apenas acontece aos outros. A vítima com o passar dos tempos acaba por perder a sua auto-estima e a capacidade de se auto-motivar. A pessoa em causa encontra se presa numa relação com o agressor o qual não tem o mínimo de estabilidade em todos os aspectos. O mais engraçado nisto é que as vítimas sofrem silenciosamente e parece que ainda gostam da situação vivida, pois como amam os companheiros não têm a coragem de os denunciar ou falar com alguém sobre o seu sofrimento. No entanto existem vítimas que com medo de represálias por parte do agressor continuam mergulhadas no silêncio, mas um silêncio aterrador.
Já diz o velho e popular ditado que “ só quem está no convento é que sabe o que lá vai dentro” e eu concordo, visto que nunca passei por situação semelhante e não sei como é estar numa situação tão degradante. Mesmo assim consigo compreender as vítimas da violência doméstica, pois as mesmas têm medo de desobedecer aos companheiros e tentam fazer tudo para lhes agradar, pois acham que os companheiros as amam e apenas fazem aquele gesto maravilhoso para o bem delas e que eles têm sempre razão.
Contudo a vítima também se sente traída e desolada com as falsas promessas que o agressor faz ao dizer que nunca mais volta a repetir este tipo de comportamento.
Até mesmo ás vezes quando tentamos “abrir-lhes” os olhos e mostrar-lhes a realidade, em que elas têm e devem denunciar este tipo de marginais, estas se viram contra a nós dizendo nos que nós não sabemos como são as coisas e que o agressor até nem é má pessoa e tem bom coração.
Eu imagino se não tivesse bom coração; talvez cortasse a vítima aos bocadinhos, congelasse e fosse consumindo para fins alimentares. Bem, isto que eu disse não é nada admirável, visto que já tivemos o prazer de observar uma situação destas na televisão feita por uma mãe a uma filha. Portanto acho que estamos a chegar a um extremo em que já nada nos surpreende por muito escandaloso que seja.
Mas tudo isto é difícil para quem vive a situação. Pois vive se numa permanente interrogação… Ou se declara queixa ou se vive em massacre para toda a vida.
Na minha opinião um dos maiores problemas em relação á apresentação da queixa é o facto do nosso país ser bastante eficaz nessas situações. Pois não tem o mínimo de discernimento para ajudar as vítimas. As autoridades apenas recebem a queixa e passado meses ou semanas arquivam na.
Mas se isto fosse o único problema para as vítimas seria “fácil”, mas não é. Por vezes quando apresentam queixa os maus-tratos ainda são maiores e os agressores chegam mesmo a agredir e a ameaçar pessoas próximas da vítima como forma de vingança.
Mas tudo isto que acabei de dizer não se refere apenas a mulheres. Existem casos em que as vítimas são homens. Contudo neste caso estes são agredidos por terceiros que são pagos, ou não, para lhes bater, podendo levar à morte.
Também existem casos em que os filhos agridem os pais e os netos os avós. Isto realmente é uma coisa fora de todas as imaginações, até das mais férteis. Mas é aqui que o nosso governo brilha. Porque se os pais ou avós, neste caso, forem fazer queixa dos filhos e netos a polícia não faz muito e ainda diz que como, por vezes, são menores, não atingiram a maioridade não sabem o que fazem e que passa com o tempo. E que tem de haver mais atenção por parte dos familiares.
Por tudo mencionado atrás, uma conclusão tiro… o nosso país é definitivamente um país em desenvolvimento em todos os aspectos. Mas não vale a pena mencionar nada, pois nós sabemos bem como são as coisas.

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