terça-feira, 13 de abril de 2010

Socialização

Quem é que inventou essa regra que diz que é pouco polido um homem permanecer num recinto fechado de chapéu na cabeça? Mas teve o cuidado de abrir uma excepção para as senhoras, sendo que estas, por mais espampanante que o chapéu seja, podem, caso assim o entendam, permanecer com ele colocado debaixo ou não de tecto? O meu palpite: alguém com um secreto fetiche por mulheres de chapéu.
Quem diz chapéus diz matrizes de comportamento cavalheiresco. Por exemplo, dar passagem a uma senhora quando ambos chegam a uma porta. E os exemplos multiplicam-se.
Quem foi que inventou isto? De onde surgiu? São anos e anos de história, de cultura, de evolução, de mudança e actualização.
Estes padrões de cultura variam, claro está de cultura para cultura mas foquemo-nos no bom português.
Foquemo-nos no detalhe do uso do chapéu debaixo de tecto. Qual é, de facto, o problema ou inconveniente de um homem (um homem, não uma senhora) ter o chapéu colocado? Em que é que isto o prejudica? A ele ou aos presentes nas suas imediações ou em interacção com o dito. Hmm… em nada diria eu.
A verdade é que estes simples detalhes aparentemente inócuos e tão “inocentes” servem de auxilio para que as pessoas, a sociedade em geral que não conhece o indivíduo em causa, lhe passe de imediato um atestado de “Educado” ou “Mal-educado”. Sendo que estes rótulos vêm invariavelmente apetrechados com um sem numero de pré – conceitos que muitas vezes levam a que se julgue erradamente uma pessoa. Só porque esta não leu todos os manuais de bons costumes da Paula Bobone.
Acontece que, se nos imaginarmos a viver numa sociedade onde estes pequenos preciosismos não existem, sentimo-nos como que sem linhas guias, sem orientação. Constatamos então que, por mais absurdas que por vezes estas ditas “Regras da boa educação” nos possam parecer, elas fazem falta, elas são um auxiliar de grande utilidade para nos orientarmos na nossa vida quotidiana e sobretudo na nossa relação e interacção com os outros.
Mesmo que por vezes nos levem a juízos precipitados. Fazer um juízo precipitado é melhor do que vaguear sem juízo(s).

2 comentários:

Anónimo disse...

Texto muito bom, gostei bastante ;)

Anónimo disse...

Obrigada! :D

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